O que vai mudar? Com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde para que o isolamento social seja respeitado, muitos consultórios pararam totalmente. Medidas de suspensão temporária das consultas e das cirurgias eletivas, implementadas em alguns estados, transformaram a rotina dos profissionais.
Neste contexto, fica a pergunta: o que mudará nos consultórios após a pandemia? A empresa Google realizou uma pesquisa denominada “Coronavírus: o mundo nunca mais será o mesmo”, em que foi constatado que a Covid-19 impactou as estruturas sociais, incluindo todo o sistema de saúde. Na prática, hospitais, centros clínicos e consultórios estão sofrendo as consequências da crise. Uma boa parte das consultas relacionadas ao setor vascular, por exemplo, ocorre por causa de doenças de origem venosa, o que permite ao paciente aguardar algumas semanas sem complicações. Porém, é preciso que os doentes mais graves mantenham seus tratamentos, principalmente quando há necessidade de curativos e avaliação de quadros agudos e inesperados.
O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) liberou, no dia 8 de junho, R$ 2 bilhões em crédito para auxiliar hospitais e laboratórios privados do país. Contudo, para que a empresa use o empréstimo, é necessário ter um faturamento de ao menos R$ 300 milhões ao ano. Logo, o fundo é destinado apenas a grandes redes de saúde e centros clínicos. Os pequenos consultórios podem fazer parte do programa emergencial de acesso ao crédito . A economia, sem dúvidas, será um fator chave no funcionamento dos consultórios, ditando o ritmo do retorno das atividades.
A Telemedicina é uma alternativa para a população. Por se tratar de uma medicina extraordinária, as plataformas utilizadas ainda são incipientes e precisam ser aprimoradas, corrigindo falhas na comunicação. É necessário ter cautela. Com certeza a relação médico e paciente está passando por mudanças neste período. A empatia tornou-se ainda mais importante para enfrentar as adversidades. A pandemia traz um reflexo da humanização, essencial à medicina. Ninguém sabe quando a vida voltará ao normal. Nos consultórios, a preocupação com aglomeração e hábitos de higiene se intensificou.
Um simples aperto de mão em uma consulta passou a ter muito mais valor do que antes. Pode demorar até isso voltar a acontecer. A realidade dos consultórios exigirá, provavelmente, muita paciência, mas com o otimismo de que a pandemia vai passar. O momento requer força e empatia.