A higiene pessoal e a limpeza adequada dos materiais utilizados na prática médica são aspectos fundamentais para prevenir a contaminação cruzada e garantir a segurança tanto dos profissionais de saúde quanto dos pacientes. Embora muitas vezes negligenciada, a falta de higiene pode ter consequências graves, contribuindo para o aumento das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS).
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nos países desenvolvidos, as IRAS representam de 5% a 10% das internações em hospitais de cuidados agudos. Já em países em desenvolvimento, como o Brasil, esse número pode ultrapassar 25%, evidenciando a necessidade de medidas rigorosas de controle de infecção.
A higiene médica abrange uma série de práticas, incluindo:
Higienização das mãos: A lavagem adequada das mãos com água e sabão ou a utilização de álcool gel antes e após o contato com cada paciente é uma das medidas mais eficazes para prevenir a transmissão de microrganismos.
Uso correto de equipamentos de proteção individual (EPIs): Luvas, máscaras, aventais e óculos de proteção devem ser utilizados de acordo com as normas estabelecidas, sendo descartados ou higienizados adequadamente após cada uso.
Limpeza e desinfecção de equipamentos: Estetoscópios, termômetros, esfigmomanômetros e outros instrumentos devem ser limpos e desinfetados regularmente, seguindo os protocolos estabelecidos pela instituição.
Cuidados com a vestimenta: Jalecos e uniformes devem ser mantidos limpos e trocados diariamente, evitando o uso fora do ambiente de trabalho. Roupas pessoais também devem ser higienizadas adequadamente.
Descarte correto de resíduos: Materiais perfurocortantes, como agulhas e lâminas, devem ser descartados em recipientes próprios, enquanto outros resíduos devem ser segregados e destinados de acordo com as normas de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
A SBACV SC reforça a importância da higiene médica como um dever ético e uma responsabilidade de todos os profissionais de saúde. A adoção de boas práticas de higiene não apenas protege a saúde dos médicos e pacientes, mas também contribui para a redução dos custos associados às IRAS e para a melhoria da qualidade da assistência prestada.
Convidamos nossos associados a revisarem constantemente suas práticas de higiene e a atuarem como multiplicadores desse conhecimento, promovendo uma cultura de segurança e qualidade nos serviços de saúde.
Referências:
Organização Mundial da Saúde. (2020). Infection prevention and control during health care when coronavirus disease (COVID-19) is suspected or confirmed. Interim guidance.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2018). Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: Anvisa.